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Estudar não precisa ser um momento de tortura para a criança

Atualizado: 20 de jul. de 2021



Somos constantemente procurados pelos pais, com dúvidas sobre a medida para cobrar do filho as tarefas, o estudo antes das avaliações, conciliar a agenda de atividades das crianças, etc.


Para iniciarmos este assunto é preciso entender que cada criança tem um ritmo de aprendizagem, independentemente de ter alguma deficiência, e que a escola entende este ritmo, respeitando um limite de tempo para cada fase e necessidade do aprendizado. É preciso entender ainda que existem casos com necessidades de ajudas específicas, aos quais damos o acompanhamento e atenção necessários, mas sem nos esquecer de que somos uma instituição coletiva, embora trabalhemos com muita dedicação para atender às individualidades dos nossos pequenos, pensando neles como seres que precisam evoluir integralmente (cognitivo, comportamental, emocionalmente).


O Ensino Fundamental começa a exigir das crianças uma rotina diferente, uma vez que passam a fazer avaliações com notas, recebem conteúdos maiores, o que muitas vezes as deixa nervosas e inseguras, principalmente quando essas reações surgem, primeiramente, dos pais.

Iniciar esta rotina sem prejuízos é uma tarefa que exige muito acompanhamento da família, que conhece seu filho como ninguém, e que deve dosar o nível de cobrança e expectativa com os pequenos.


A melhor forma de estudar com os alunos que entraram neste novo mundo, é fazer do momento da tarefa de casa uma rotina, que precisa ser cumprida no mesmo horário todos os dias. A família precisa acompanhar o aluno, incentivando sua autonomia e responsabilidade, e sinalizando para a escola sobre falta de interesse, de domínio do assunto, para que juntos, escola e família, possamos buscar soluções.


Diferentemente dos adultos, os pequenos compreendem o passado a partir de referências do seu presente, uma vez que ainda não tem capacidade de abstração. E a melhor forma de tornar o estudo/aprendizado interessante é enriquecer o conteúdo com uma boa conversa, exemplos do passado, de quando nós (pais) estudávamos. Trazer informações e conhecimentos além dos que estão descritos nos livros, com filmes, passeios, pesquisas, também pode ser uma delícia, e aproxima os alunos da realidade, dando sentido ao que estão trabalhando na escola. Este movimento permite que os conteúdos sejam entendidos e não apenas memorizados.

Durante o primeiro ano, 15 minutinhos de conversa após a realização/verificação das tarefas já são suficientes, já podem ser considerados o momento de estudo.


A partir do 2º ano este tempo pode ir aumentando moderadamente, com rotinas estabelecidas a partir da necessidade de cada criança.

Quando chegam ao 3º ano do Ensino Fundamental, os alunos podem se sentir mais desafiados e com mais dificuldade, em função do aumento do número de conteúdos, bem como da abstração dos mesmos, necessitando, portanto, de mais dedicação e concentração durante as aulas e realização das atividades. A melhor forma de estimular e motivar esta dedicação (que já deve estar autônoma nesta idade), é cobrando e acompanhando as tarefas de casa, que pode ser complementada com a releitura do assunto dado no dia, um desenho, uma pesquisa, a criação de uma história, um filme, a combinação de uma passeio interessante no final de semana, etc.


Quando estão no 4º e 5º anos, nos preocupamos ainda mais em prepara-los para os desafios do Ensino Fundamental 2, quando trabalharão com matérias isoladas, diversos professores, mais de uma avaliação por dia, trabalhos orais, etc. Nesta fase, podemos aumentar o nível de cobrança, de acordo com a necessidade de cada criança. Contudo, o tempo complementar do estudo após a tarefa de casa não deve ultrapassar uma hora (no total) de dedicação, não para uma criança com menos de 11 anos.


É importante salientar que motivar o estudo não significa oferecer recompensas para os filhos quando os objetivos são atingidos ou quando eles tiram notas boas nas provas. É preciso explicar que o sucesso escolar é algo gratificante e por si só um prêmio. A Vila Aprendiz não acredita que uma prova seja a melhor forma de medir o que a criança aprendeu. Para nós, esta é “mais uma” forma de perceber este aprendizado, junto com seu desempenho diário, o modo como trabalha em equipe, seu vocabulário e raciocínio lógico, a forma com a qual resolve os problemas e lida com regras de convivência social.


A escola é uma etapa muito importante da vida deles, principalmente até os 10 anos de idade, mas os maiores motivadores são a família, o amor que dela recebem. Se a criança percebe que seus pais se esforçam para acompanhar suas atividades, seus progressos, com respeito, ajudando com as dificuldades e elogiando seus esforços, ela vai se sentir amada e cuidada, e vai se esforçar para retribuir tudo isso.

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