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Dia Da Educação… Mas é mesmo dia de comemorar?

Atualizado: 20 de jul. de 2021



Dia 28 de abril, dia da educação, 2019, século XXI. O mundo está se desenvolvendo em velocidade jamais vista antes: inteligência artificial, capitalismo digital, nanoescala, profissões “hoje” concorridas e reconhecidas sujeitas a deixarem de existir e tantas outras que ainda irão aparecer no mercado de trabalho...


A educação é um tema em foco, independentemente do veículo de comunicação ou da sua área de atuação. Inúmeros estudiosos, pesquisadores e instituições estão preocupados em ajudar nossas crianças e jovens a lidarem com as mudanças culturais, sociais e comportamentais pelas quais passamos hoje, mas, inacreditavelmente, ainda há quem continue preso aos antigos ideais, reproduzindo modelos arcaicos de educação nas escolas, nas instituições e em casa.


É fato que o modelo tradicional de educar gerou excelentes profissionais, pais de uma geração que hoje pode se considerar “bem sucedida” e portanto não acredita na necessidade de grandes mudanças. Contudo, esse não pode ser o argumento para continuarmos educando nossos filhos do mesmo modo que fomos educados, não porque tivemos uma infância triste ou porque somos adultos incompetentes, mas pelas incontáveis diferenças que separam as nossas gerações.


Quem nunca ouviu alguém de uma geração mais velha afirmar que os recém-nascidos demoravam uma semana para abrirem os olhos ou levantarem o pescoço? Assim como nas gerações anteriores, a tecnologia continuará definindo os estágios sucessivos do desenvolvimento, gerando pensamentos e comportamentos que separam as gerações. A diferença é que hoje a cada 10 anos (no máximo) os especialistas caracterizam e nomeiam uma nova geração, o que antes acontecia (em média) a cada 25 anos. Agora a mudança exige mais pressa, mais informação, mais dedicação e disposição para olhar para o mundo de outra forma e assumir que muitas vezes nos sentimos perdidos. Perdidos como pais, perdidos como escolas, perdidos como família.

Desde os anos 70 pesquisas já apontavam mudanças radicais na sociedade, nas relações com a família e consequentemente na necessidade de remodelar a educação. Uma delas, feita pelo americano James Heck-man, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, já indicava que ter curiosidade, saber se planejar e trabalhar em grupo para resolver problemas era tão ou mais importante para o futuro dos estudantes do que aprender as disciplinas obrigatórias. Mas o que foi feito com informações dessa relevância, capazes de modificar uma geração inteira? Alguns países decidiram investir milhões de dólares e reformular todo o sistema (como a Finlândia). Outros passaram a valorizar ainda mais a carreira de professor, se modificando aos poucos, investindo inicialmente na base, nos cursos de capacitação, de modo que os professores aprendessem a lidar com a falta de concentração, com o senso de imediatismo, com a quase impossibilidade de se frustrar, com a ansiedade dos estudantes.


Infelizmente, países como o Brasil (que ocupa o 63º lugar no PISA, ranking mundial de educação, aplicado em 75 países) preferiram acreditar que a mudança poderia passar despercebida, e só agora, em meio ao caos (sob vários aspectos, incluindo o educacional), resolveram falar do assunto que deveria ser o primeiro de qualquer pauta relacionada ao crescimento do país: a educação.


“É fundamental rever os cursos de formação inicial, tornar a capacitação continuada uma obrigação de toda escola, investir de maneira que os docentes estejam realmente preparados para os desafios da sala de aula e do novo perfil de alunos," disse Ricardo Falzetta, gerente de conteúdo do Movimento Todos pela Educação. Já a futurista Anne-Marie Dahl em sua palestra no Wired Festival, no Rio, sobre o futuro do trabalho, disse que as crianças e jovens precisam preparar uma “sociedade emocional”. “Esta é uma tendência sem volta, que irá guiar o futuro ambiente profissional, porque empatia, criatividade, humildade, trabalho em equipe e outras habilidades socioemocionais são as únicas que (ainda) não podem ser substituídas pela inteligência artificial”. Mas como preparar as crianças que estão na escola hoje para adquirirem estas habilidades? A escola do Séc. XXI precisa ter coragem para revisar os conceitos de sala de aula, canalizar o investimento para a capacitação da equipe e implementação de novas de estratégias pedagógicas, implementar a capacitação emocional ao currículo, ajudar nossas crianças a serem autônomas, olhar para elas como pessoas que carregam uma história que não pode ser ignorada, porque afeta diretamente sua evolução pedagógica, seu crescimento. A aprendizagem passa pela autoridade do professor, mas a educação do Séc. XXI precisa despertar o desejo e descentralizar o conhecimento, valorizando o processo e responsabilizando o estudante como parte fundamental da sua evolução, pois só assim ele irá desenvolver e consolidar aspectos socioemocionais fundamentais para seu futuro. Isso é retomar o humanismo, levar a alegria para a sala de aula e proporcionar a memória do afeto, do diálogo, da comunicação, da alegria de aprender, de ensinar e de conviver. Isso é educar para a vida, para a responsabilidade, para a cidadania e para um futuro mais promissor e feliz.


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