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Como o brincar influencia na preensão do lápis

Atualizado: 20 de jul. de 2021


Antes de ser alfabetizada, a criança precisa desenvolver algumas habilidades que lhe possibilitarão conquistar a coordenação motora fina, que proporcionará a preensão adequada do lápis, o equilíbrio que sustentará a postura correta para se manter sentada e conseguir um bom desempenho da coordenação viso motora e da manutenção da atenção e da concentração, entre outros.

Parece complexo, no entanto, ela conquista isso tudo sozinha, se lhe permitirem o brincar livre. São as experiências sensoriais e motoras registradas que permitirão o bom desempenho cognitivo e facilitarão o processo de aprendizagem.

Sabemos, porém, que tais experiências estão cada vez mais escassas no repertório de atividades de nossas crianças. A alfabetização está ocorrendo cada vez mais cedo, forçando a maturação de estruturas que ainda não estavam preparadas. Mesmo as brincadeiras, têm sido substituídas por programas infantis e desenhos animados. Por mais educativos que aparentem ser, pouco oferecem de útil, pois para o nosso sistema nervoso realizar um registro de experiência, necessita uma vivência real (subir, correr, explorar um objeto com as mãos e sentir sua forma, sua textura, sentir diferentes temperaturas, criar funções para um brinquedo, entender conceitos brincando, por ex. “embaixo” ao passar sob algo, “em cima” ao escalar uma árvore, entre outros) e não a oferta virtual e bidimensional da TV e do computador.

Essas experiências do brincar sadio auxiliarão, inclusive, nos ganhos da orientação espacial e da lateralidade (dominância lateral), fundamentais para a escrita. Dificuldades com essas habilidades e com as demais citadas, poderão causar disfunções como: inversões de letras e espelhamento, escrita fora da linha, lateralidade indefinida, força exagerada na escrita e no desenho, entre outros.

Para quem não sabe, o desenvolvimento ocorre do proximal para o distal e da cabeça aos pés e sempre parte de uma motricidade grossa para uma habilidade mais fina. Então, antes de fazer a preensão do lápis, que exige coordenação motora fina, a criança precisa trabalhar as articulações anteriores (mais proximais) por meio de atividades que estimulem a coordenação motora grossa. Trabalhar o membro superior por completo (ombro, cotovelo, punho), antes de chegar às falanges dos dedos, em movimentos mais refinados como a pinça e a preensão.

Brincadeiras que desenvolvem essas articulações são: arremessar bolas, brinquedos que simulem o martelar, que dêem noção de profundidade, manuseio de objetos com as 2 mãos, massa de modelar e argila que trabalham a força, tonicidade muscular, etc.

Visto isso, deveríamos oferecer às crianças, materiais que atendam essas expectativas e contribuam para o desenvolvimento dessas habilidades.A criança mostrará quando estiver madura para passar para o lápis, mas mesmo assim, opte por um lápis mais grosso, para uma transição tranqüila.Como saber se ela está pulando etapas na escrita? Tem uma dica bacana e fácil de observar.

Se a criança estiver fazendo algo sem o preparo adequado, ela apresentará o que chamamos de reação associada, ou seja, enquanto estiver escrevendo, a outra mãozinha, provavelmente se fechará e irá para trás – aumento anormal de tônus em uma parte do corpo, como resultado de esforço de outra parte.

Também poderá apresentar sincinesias faciais como fazer caretas, morder a língua ou os lábios enquanto manuseia o lápis.Para saber mais sobre isso ou encaminhar para a avaliação e tratamento, o mais indicado é buscar a ajuda de um profissional especializado como o terapeuta ocupacional.

Fonte:www.brincandoporai.com.br

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